G20 discute ação conjunta para reduzir desigualdades econômicas globais

G20

Mar 30, 2024
G20
Divulgação/site g20.org
Os impactos socioeconômicos das desigualdades, políticas públicas aliadas ao crescimento econômico e à distribuição de renda, e a cooperação internacional para a taxação dos super-ricos. Esses temas foram o farol para as discussões do grupo de trabalho sobre Economia Global do G20, que aconteceram nesta semana em Brasília. De acordo com Cyntia Azevedo, chefe-adjunta do Departamento de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil (BCB), o debate foi rico e os países-membros já estão delineando as entregas para a reunião de líderes, em novembro deste ano. 
Júlia Braga, subsecretaria de Acompanhamento Macroeconômico e Política Comercial do Ministério da Fazenda (MF), destacou que os países compartilharam suas visões sobre como a desigualdade pode ser um critério para a adoção de políticas econômicas e, em especial, uma política fiscal. Júlia explicou que houve consenso de que essas medidas precisam ser voltadas para o crescimento sustentável e de distribuição de renda. “Há o entendimento de que a desigualdade é um critério importante a ser perseguido, não somente a eficiência econômica, mas uma dimensão de justiça social”, salientou. 
Indicadores sobre desigualdades
A especialista contou que os países também discutiram as melhores formas para medir as desigualdades, levando em conta seu caráter multidimensional. Júlia pontuou que, para isso, é preciso considerar uma gama de indicadores tanto do ponto de vista de acesso à educação, à saúde, por exemplo, como de critérios econômicos, incluindo extremos da pirâmide, desde os multimilionários aos menos favorecidos. 
“Os países puderam compartilhar vários exemplos de casos bem-sucedidos de medidas para reduzir a desigualdade. Foram mencionadas a progressão na tributação, as medidas de proteção social, gastos sociais em geral, e o aumento do salário mínimo acima da inflação como elemento importante para reduzir a desigualdade de renda”, descreveu Júlia. 
As especialistas pontuam que o GT conta com o apoio de organizações internacionais para a identificação dos indicadores globais sobre desigualdades, ainda durante o mandato brasileiro no G20 e destacaram os relatórios produzidos, por exemplo, pelo Banco Mundial e a iniciativa do Distributive National Account. 
Elas esperam que nas próximas presidenciais do fórum das maiores economias do mundo o tema das desigualdades siga entre as prioridades das discussões. “Que seja um legado da presidência brasileira essa marca de colocar a desigualdade no centro da agenda”, defendeu Júlia.